Ocupação Guattari
Centro de Pesquisa e Formação – Sesc São Paulo
Ocupação 9 de julho  (22 a 26 de novembro de 2022)

Apresentação em PDF

Sim, eu acredito que existe um povo múltiplo, um povo de mutantes, um povo de potencialidades que aparece e desaparece, que se encarna em fatos sociais, fatos literários, em fatos musicais. É comum que me acusem de ser exagerado, bestial, estupidamente otimista, de não ver a miséria dos povos. Posso vê-la, porém… não sei, talvez seja delirante, mas penso que estamos num período de produtividade, de proliferação, de criação, de revoluções absolutamente fabulosas do ponto de vista da emergência de um povo. É a revolução molecular: não é uma consigna, um programa, é algo que sinto, que vivo, em alguns encontros, em algumas instituições, nos afetos, e também através de algumas reflexões (Félix Guattari, 1982).

  1. Apresentação

O ano de 2022 marca os 30 anos da morte de Félix Guattari, pensador-psicanalista-militante francês. O esforço de inventar novos espaços para o exercício de liberdades permeia sua trajetória em diferentes domínios. Da antipsiquiatria às causas minoritárias, das rádios livres às lutas anti-repressivas, da criação filosófica à ampliação de horizontes ecológicos, Guattari nunca deixou de experimentar formas outras de intervenção e elaboração. Como figura com múltiplas faces, o seu legado também é reconhecido em diversos campos: a clínica, a política, a filosofia, a arte. É notável, sobretudo, a articulação singular que ele foi capaz de produzir entre diferentes domínios de saberes e práticas.

Seguindo os rastros da pluralidade do seu pensamento, serão promovidas manifestações em diversos formatos, ao redor do mundo, para marcar esta data com celebração. É no âmbito dessas comemorações que se insere a Ocupação Guattari, que ocorrerá nos dias 22, 23, 24, 25 e 26 de novembro de 2022 no Centro de Pesquisa e Formação do Sesc-SP e na Ocupação 9 de julho, em São Paulo. O evento propõe sair do ambiente acadêmico, que em geral abriga atividades como essa, a fim de promover encontros entre diversos vetores e movimentos sociais, entendendo que esse deslocamento expressa melhor seu legado no Brasil e as potencialidades de sua atuação no presente. Tal opção também pretende explorar as ressonâncias da presença de Guattari em práticas políticas e ações coletivas locais.

A programação que privilegia o encontro entre diferentes coletivos, buscando produzir espaços de diálogo em torno de problemas comuns – sempre provocados por proposições de Guattari – também conta com lançamentos de livros, mesas de debates, exibição de filmes e apresentações de grupos culturais, como será detalhado ao longo do projeto.

  1. Objetivo

Celebrar o legado de Félix Guattari através da reunião de experimentos coletivos e individuais, teóricos e práticos, artísticos e clínicos, minoritários, nômades, transversais, que mostrem, no contexto brasileiro, as ressonâncias de seu pensamento, sobretudo a ativação da potência micropolítica em todos estes âmbitos. Essa conversação imaginária busca ainda promover um espaço de experimentação política, impulsionado pelas ideias de Guattari, em diálogo com a invenção de novas práticas no contemporâneo, que vêm sendo elaboradas por estes diversos experimentos no contexto brasileiro (fenômeno que, aliás, se estende a todo o continente latino-americano).

  1. Justificativa

A relação de Felix Guattari com coletivos e movimentos sociais atravessa a sua trajetória intelectual e política. Não seria exagero dizer que esse agenciamento define a sua prática de forma radical. Ele acreditava que somente a partir de tal interação seria possível reencontrar o sentido da política, e é a partir dessa compreensão do seu legado e da necessidade de abrir espaço para novas possibilidades de experimentação política no cenário brasileiro atual, que propomos a Ocupação Guattari no Centro de Pesquisa e Formação do Sesc-SP e na Ocupação 9 de julho.

A proposição de não fazer um evento de caráter estritamente acadêmico tem justificativa no próprio trabalho do pensador-ativista, que em suas viagens ao Brasil sempre esteve interessado em conhecer os fenômenos políticos e trocar experiências com grupos e coletivos locais. Foi pensando nesse duplo registro, por um lado a sua prática, e por outro o seu interesse e relação ao Brasil, que a ideia de um encontro com coletivos e movimentos sociais foi delineada. Trata-se de produzir, a partir de conceitos forjados por Guattari – tais como Transversalidade, Inconsciente maquínico, Ecosofia, Esquizoanálise e o próprio conceito de Micropolítica – uma conversa entre os participantes do evento, com o intuito de provocar um deslocamento de posições – muitas vezes centradas em torno de um problema ou causa específicas de cada grupo – para fazer emergir não só um panorama de dilemas contemporâneos, mas também vislumbrar caminhos para formação de alianças e agenciamentos coletivos possíveis.

A opção de realizar o evento na Ocupação 9 de julho não configura apenas a escolha de um local fora dos muros das universidades. Partimos do entendimento de que ocupar é uma das formas mais eficazes de prática política do nosso tempo. Os exemplos são tão diversos quanto consistentes. Entre eles estão a luta pela reforma agrária encampada pelo movimento Sem Terra desde de 1984; a luta por moradia e direito à cidade da qual a Ocupação 9 de julho faz parte, com conquistas expressivas nos últimos anos e mais recentemente a ocupação de escolas por estudantes secundaristas em outubro de 2015. A anfitriã do evento, portanto, integra as atividades também como um dos vetores que orientam as ações propostas. Ademais, o Ocupação 9 de julho, gerida pelo MSTC (Movimento Sem Teto do Centro), tem sido um exemplo na relação entre um movimento social e iniciativas culturais, servindo como um polo de irradiação no âmbito da cidade. É nos valendo dessa metodologia política que propomos, ainda, a ocupação do Centro de Pesquisa do Sesc-SP. Identificamos neste espaço, que vem se consolidando como um articulador fundamental entre produção de conhecimento, formação e difusão, uma parceria com a potência necessária para promover os trânsitos e enfrentar os desafios inerentes aos objetivos do evento.

As mudanças políticas ocorridas recentemente no Chile, país que Guattari visitou em 1989, também impulsionam essa conversação imaginária. Trata-se de pensar em que medida certos agenciamentos coletivos explorados por Guattari ecoam no Chile hoje. Ao mesmo tempo espera-se que os relatos de estratégias de luta da experiência política mais radical dos últimos anos alimentem o debate sobre os nossos limites e possibilidade de construção de mudanças no cenário brasileiro atual.

A noção de aquilombamento também compõe um dos vetores de contágio do evento. Prática que vem ganhando força entre coletivos e movimentos sociais como um exercício de cuidado e proteção e se configura, em diferentes contextos, como um modo de criar espaços de liberdade e potencializar lutas comuns. O campo da clínica também se vale dessa noção para criar uma abordagem, que tem como base a escuta do racismo estruturante, presente no trabalho de autores como Beatriz Nascimento, Abdias Nascimento e Emiliano Camargo. O segmento denominado “aquilombamentos clínicos” visa colocar em diálogo práticas de terreiro e abordagens clínicas que trabalham a partir dessa mesma matriz.

Manifestações culturais e apresentações artísticas completam os disparadores das discussões do evento. É no entrecruzamento desses devires minoritários em pororoca – e a partir dessa conversação imaginária com Guattari – que vislumbramos abrir um espaço de experimentações, acender uma centelha no presente e impulsionar novas práticas e caminhos possíveis.

  1. Programação

A programação apresentada a seguir acontecerá de forma presencial no Centro de Pesquisa e Formação do Sesc-SP e na Ocupação 9 de julho. No entanto, visando garantir a descentralização territorial e ampliação do acesso aos conteúdos veiculados de forma livre, está prevista a cobertura e transmissão, via streaming, de algumas atividades realizadas ao logo do de evento.

    1. Programação – Centro de Pesquisa e Formação do Sesc-SP

Curso sobre o legado de Félix Guattari (24 a 28 de outubro de 2022)

Trata-se de um curso, de caráter introdutório, com o objetivo de apresentar o pensador-psicanalista-militante francês para o público do Centro de Pesquisa e Formação do Sesc-SP e demais interessados em seu legado. Programado para acontecer na última semana de outubro de 2022, um mês antes da Ocupação Guattari, o curso também funcionará como uma espécie de preâmbulo, com vistas a preparar o público e promover uma divulgação qualificada do evento.

Programa:

Não há um só Guattari, mas vários. Os mais conhecidos são o psicanalista, o filósofo, o

militante. Em cada uma das áreas em que interviu trouxe seu espírito crítico e heterodoxo.

Como psicanalista, desafiou o conformismo da prática analítica e seu familialismo, forjando a ideia de uma esquizoanálise. Em filosofia, junto com Deleuze, introduziu no pensamento uma irreverência indomável, na contramão do academicismo predominante. E na militância, não parou de inventar novas ferramentas e conceitos, tais como cartografia, micropolítica, revolução molecular, ecosofia. No conjunto, esboçou um paradigma que ele chamou de ético-estético, cuja atualidade não para de crescer.

O curso proposto abordará os vários conceitos criados por Guattari, priorizando aqueles que conversam com as urgências do presente.

  1. O paradigma ético-estético

Contra o predomínio de uma visão cientificista nos vários domínios, Guattari desenvolve uma noção centrada na invenção, redefinindo a ética em função da criação nos mais diversos domínios. (Peter Pál Pelbart)

  1. As três ecologias

Ao lado da ecologia ambiental e social, Guattari propôs a noção de ecologia mental ou subjetiva. De forma a chegar ao encontro da ação coletiva, na qual não se separam política e estética, ciência e invenção, a pesquisa se torna uma ferramenta. Trata-se de aprofundar seu alcance e medir sua relevância, hoje. (Cristina Thorstenberg Ribas)

  1. Esquizoanálise

Por que Guattari, com tantos anos trabalhando com a psicose na Clínica de La Borde e atendendo como psicanalista, precisou forjar uma nova abordagem clínica, com repercussões em várias áreas? (Paula Cobo-Guevara)

  1. Micropolíticas

Como as noções de micropolítica e de revolução molecular respondem aos desafios do capitalismo contemporâneo e à produção de subjetividade que ele enseja? Quais linhas de fuga o pensamento e a prática de Guattari propõem para os impasses do presente e sua escalada fascista? (Larissa Drigo Agostinho)

  1. Ressonâncias no presente

O legado Guattari está presente em muitos saberes e práticas políticas no presente. Como pensar essa relação entre produção intelectual/textual e experimentações coletivas em uma via de mão dupla que se retroalimenta na invenção de modos de vida outros? (Fernanda Gomes)

Quadro de atividades

Horários

Dias

22 nov

23 nov*

24 nov

25 nov

26 nov

10h

Oficina 1: cartografia crítica e mapeamento coletivo (Cristina Thorstenberg Ribas)

Palestra:

A greve feminista anda!

+

Oficina 2: Situação radial

Oficina3: A sociedade está doente?

(Verediana Zurita)

Oficina 4: Contra toda monocultura:

estratégias pós -humanistas e artesania dos afetos (Fernanda Gomes e Geni Núñez)

16h

Roda de conversa com Peter Pál Pelbart e convidados – legado de Félix Guattari **

Diálogos em torno de Guattari:***

Nego Bispo e Carmem Silva

19h

Diálogos em torno de Guattari: Suely Rolnik e Sidnei Nogueira

* A apresentação da Cia Teatral Ueinzz acontecerá no dia 23/11, às 19h, na Casa do Povo.

** A Roda de conversa vai recuperar, de forma condensada, o conteúdo do curso sobre o legado de Félix Guattari, realizado em outubro/22, e marcará a abertura oficial do evento no Centro de Pesquisa e Formação do Sesc-SP.

*** Nos dois encontros intitulados “Diálogos em torno de Guattari” os convidados irão partilhar suas experiências, cada um em sua área de atuação, impulsionados pelas ideias de Guattari e suas ressonâncias em práticas políticas e ações coletivas no presente.

Detalhamento das oficinas

Oficina 1: Cartografia crítica e mapas colaborativos

Concepção e condução: Cristina Thorstenberg Ribas

A oficina partilha ferramentas de mapeamento de territórios ou forças, fluxos, movimentos. Produz um espaço de experimentação das ferramentas e conceitos ao redor da cartografia crítica, visual, coletiva e social. Design, artes visuais, sociologia, jornalismo se reúnem na prática cartográfica, assim como as ferramentas digitais, as redes sociais, a internet. A cartografia é aplicada aqui como uma ferramenta para pensar e imaginar relações comunitárias nas suas diferenças, em contraste à concepção do mundo como uma “aldeia global”.

Público alvo: estudantes das mais variadas áreas, artistas, curadores, jornalistas, professores, pesquisadores, ativistas e demais interessados na temática da oficina.

Palestra: A greve feminista anda!

Concepção e condução: Javiera Manzi (Coordinadora Feminista 8M Chile) + um integrante do coletivo

Nos últimos anos, o movimento feminista internacional fortaleceu-se a desde as marés verdes pró aborto legal e o movimento contra o feminicídio e outras formas de violência contra as mulheres Ni una menos (Nenhuma a menos) que se iniciou na Argentina, assumindo muitas formas de organização territorial. A greve feminista tem sido uma das forças e formas de organização deste movimento internacional no território do Chile. Integrantes da Coordenadora Feminista 8M apresentam nessa palestra as diversas trajetórias, histórias, memórias, táticas e expressões deste movimento, que não só coloca em questão a politização dos cuidados, o trabalho e a autonomia das mulheres, mas a vida mesma e seus modos de relação.

Obs. a palestra será realizada em espanhol

Oficina 2: Situação radial

Concepção e condução: Patricio Azocar Donoso (Coletivo Vitrina Dystópica) + um integrante do coletivo

Situação radial é uma oficina que busca produzir, a partir algumas ferramentas da investigação militante, condições para elaborar perguntas e questionamentos sobre os impasses, conflitos, divergências e convergências de questões micropolíticas que emergem em coletividades ou grupalidades dos quais os participantes fazem parte. A situação radial produz, desse modo, um dispositivo que ajuda a agenciar as problemáticas de um grupo ou evento, articulando pontos e perspectivas para as questões que emergem na escuta dos participantes em busca de formas de atuar no presente.

Público alvo: estudantes das mais variadas áreas, artistas, curadores, jornalistas, professores, pesquisadores, ativistas e demais interessados na temática da oficina.

Obs. a oficina será realizada em espanhol

Oficina 3: A sociedade está doente? uma prática de reflexão e formulação de patologias da sociedade contemporânea

Concepção e condução: Verediana Zurita

A oficina é uma conversa conduzida a partir da pergunta “A sociedade contemporânea está doente?” O foco é facilitar um espaço de reflexão e formulação sobre os adoecimentos psíquicos colocando a sociedade contemporânea enquanto “sujeito” que materializa sintomas. A pergunta inicial servirá como isca para que os participantes da oficina possam deslocar sua percepção de uma racionalidade neoliberal onde o individuo é responsabilizado pelo próprio sofrimento. A conversa será estimulada pela prática de produção de cartazes, produzidos no momento da conversa, e utilizados como ferramenta de edição e seleção daquilo que conseguimos formular sobre o adoecimento da sociedade através da linguagem falada e escrita. Um painel será criado a partir da conversa “traduzida” em cartazes.

Público alvo: estudantes, professores e pesquisadores das áreas de saúde pública, saúde mental, psicologia, usuários da rede pública de saúde mental e demais interessados na temática da oficina.

Oficina 4: Oficina 4: Contra toda monocultura: estratégias pós-humanistas e artesania dos afetos

A partir de uma discussão sobre o modo como o discurso humanista estabeleceu os mecanismos de universalização do particular (sujeito-masculino-europeu) e de procedimentos de exclusão que forjam a constituição de outros, a oficina busca mapear as estratégias do chamado pós-humanismo crítico – presente de forma contundente em uma extensa produção filosófica contemporânea – para combater essa medida auto imposta e evidenciar os regimes de exclusão que são impostos por ela. Buscando o encontro entre pesquisas que partem de lugares diferentes com horizontes comuns, a oficina busca promover, a partir da proposta de uma artesania dos afetos, trazida pela perspectiva guarani, um espaço de troca de experiências pautadas na desobediência e na constituição de si.

Concepção e condução: Fernanda Gomes e Geni Núñez

Público alvo: estudantes das mais variadas áreas, artistas, curadores, jornalistas, professores, pesquisadores, ativistas e demais interessados na temática da oficina.

    1. Programação – Ocupação 9 de julho

Quadro de atividades

Horários

Dias

24 nov

25 nov

26 nov

13h30

Ritual de abertura com participação de integrantes do Teatro Oficina e Universidade Antropófaga

14h

Almoço*

Almoço*

Oficina de artes para crianças e adolescentes

Almoço*

15h30

Encontro 1:

Movimento de luta pela moradia – Carmem Silva

E perguntas situadas –

Encontro 2:

Bloco Chile (Vitrina dystópica e Coordinadora feminista 8m)

Encontro 3: Aquilombamentos clínicos + Babalorixá professor Sidnei Nogueira

17h

Mesa 1: Suely Rolnik – O encontro entre os Guattaris e os Brasis (durante, depois e agora): ressonâncias, contágios e germinações

Assembleia **

Assembleia convergências ***

19h

Lançamento de livros**

Mesa 2: Nego Bispo e Joviano Mayer

Oficina: Sexo, gênero e subjetividade: hackear o cistema pela pornografia

21h

­

Leitura de poemas

Performance DASPU

22h

­

Festa de encerramento no Hotel Cambridge

*Os almoços integram a programação do evento como laboratório de experiência política. Ao longo dos três dias de evento alguns participantes, por meio de inscrição prévia, poderão colaborar na feitura do almoço e experimentar práticas organizativas da Ocupação 9 de julho.

**Serão lançados os seguintes títulos: Cartografia esquizoanalítica (Guattari); Os anos de inverno (Guattari); Micropolítica: cartografias do desejo (Guattari&Rolnik) – reedição; Psicanálise e Esquizoanálise (org. Anderson Santos), Acompanhamento terapêutico (Maurício Porto) e Esferas da insurreição. Notas para uma vida não cafetinada. Edição revisada (Rolnik), todos pela n-1 edições. Um número da revista Cadernos de subjetividade, com textos referentes à passagem de Guattari pelo Brasil, também será lançado na mesma ocasião.

*** Espaço de conversa entre grupos, movimentos e coletivos participantes, impulsada pela apresentação das experiências do Chile.

**** Espaço de conversa entre grupos, movimentos e coletivos participantes, impulsada pela apresentação de todos os vetores trabalhados (fechamento dos encontros).

Detalhamento das oficinas

Oficina 1: De quem é meu espaço?

Concepção e condução: Cacá Mousinho e Marcelle Louzada

Esta oficina tem como motivação a relação entre o corpo da criança e o espaço urbano, na problematização de cidades construídas para adultos. A partir de dinâmicas envolvendo brincadeiras, jogos cênicos e exercícios de composição traremos a cena outras cartografias possíveis na cidade, na criação de uma zona autônoma temporária para as infâncias.

Público-alvo: crianças e adolescentes de 8 à 16 anos

Oficina 2: Sexo, gênero e subjetividade: hackear o cistema pela pornografia

Concepção e condução: Coletivo Ediyporn

Sessão de curtas autorais com 1h duração + bate papo com integrantes do coletivo.

Ediyporn é uma produtora audiovisual que vem atuando desde 2019, entre o pornografia e a arte. O grupo emerge do desejo comum de mexer nas estruturas dos imaginários sexuais, e na lógica de produção e consumo de pornografia. A conversa abordará temas relacionados às nossas trajetórias na produção e fomento de pornografia alternativa, a partir de perspectivas constituídas pelo audiovisual, performance, clínica, ativismo pós-pornográfico, e demais indagações éticas, estéticas e políticas que vem nos movendo.

Público alvo: estudantes das mais variadas áreas, artistas, curadores, jornalistas, professores, pesquisadores das áreas das humanas e demais interessados na temática da oficina.

  1. Atividades paralelas

5.1. Sala de cinema

Durante os 3 dias de evento, uma sala da Ocupação 9 de julho será adaptada para a exibição audiovisual. O programa engloba uma seleção de vídeos com entrevistas de Félix Guattari e outras produções que ecoam suas ideias e/ou apresentam ressonâncias com seu pensamento.

Programa:

Filme

– Guatá, de Jorge Morinico e Epifanio Chamorro (56 min)

Vídeos

– Seleção de 14 vídeos de Guattari sobre a clínica de La Borde, na maioria realizados por François Pain

– “Odisséia da Espera”, obra com 70 afásicos do grupo “Ser em Cena”, dirigido por Elisa Band (1h)

– Vídeo de Osvaldo Saidon – depoimento sobre Guattari na Argentina (10 min)

– “Triálogos”, com Jean Claude Polack, Anick Kouba, sobre a clínica de Guattari (36 min)

– “Dizem que sou louco” de Miriam Chnaiderman (12 min)

5.2. Oficina ecosofias // territórios moleculares // 

Concepção e condução: Ana Luiza Braga e Karlla Girotto

Com o intuito de produzir atividades descentralizadas, serão realizadas sessões de leitura e de discussão coletivas a partir dos textos As Três Ecologias e/ou Revolução Molecular: pulsações políticas do desejo, de Félix Guattari, no contexto da Semana Guattari, em territórios e datas diversos.

As oficinas serão conduzidas e mediadas de forma autônoma por coletivos, organizações, lideranças e projetos que trabalham com e a partir das relações entre corpos e territórios em diferentes contextos comunitários em espaços rurais e urbanos no Brasil.

A atividade busca propiciar, por meio da leitura coletiva e de proposições situadas a partir das obras de Guattari, a experiência de pensar que a produção artística, a práxis política e a ecologia do movimento cultural conformam um modo específico de estar e agir no mundo; ou, mais precisamente, de co-habitar um mundo povoado por seres viventes e não viventes e pelas múltiplas potências que deles irradiam (Cecília Campello do Amaral Mello).

A participação ocorrerá por convite e por inscrição por meio de uma convocatória aberta, a ser publicada no mês de julho na plataforma de divulgação da Semana Guattari.

As sessões de leitura estão programadas para ocorrer ao longo do mês de setembro nas diferentes localidades das organizações participantes convidadas e inscritas por formulário.

* Os registros das atividades serão cedidos pelos coletivos participantes pela plataforma Miro e através de redes sociais e serão editados e apresentados na Ocupação 9 de julho por projeções durante todo o evento.

Organizações parceiras:

  1. Museu do Requeijão – Igatu, Chapada Diamantina, BA. Trilha guiada com Mestre Chiquinho e sessão de leitura no Museu do Requeijão. Em parceria com Mirante Xique-Xique 

  2. Horta Comunitária e Pedagógica de Santo Antônio do Pinhal – Santo Antônio do Pinhal, SP. Em parceria com Festa Literária da Mantiqueira e Mutirão

  3. Escola e Biblioteca da Colina – Itamonte, MG

  4. Casa Hibisco / Museu de Mineralogia – Demétria, Botucatu, SP

  5. Horta Comunitária – Cidade Tiradentes, SP

  6. Centro de Integração Serra da Misericórdia – Complexo da Penha, RJ

  7. Lanchonete – Escola por vir, RJ

  1. Perfis dos participantes

Adriana de Omulu e Rede Mulheres de Axé: Ialorixá, integrante do movimento Mulheres de Axé, organização política, social e cultural de Mulheres de religiões de Matriz Africana no Brasil que atua na preservação das tradições, cultura e valorização das religiões de matriz africana conduzidas por mulheres, bem como a afirmação da Identidade racial e empoderamento político dessas mulheres junto às comunidades em que estão inseridas.

Banda Fisiologica: Utiliza o formato de banda musical tomando o corpo como principal instrumento, por meio de práticas experimentais sonoras e performativas. Nos interessa o fazer artístico como um ato de rebeldia, a baderna como catarse anti-sistemica. Abortar as regras para deixar jorrar outras fisiologias de sentido. Abordamos questões relacionadas à gênero, políticas do corpo, desterritorialização do sexo, transfeminismo, cultura do assedio e da procriação. Queremos falar e ser possíveis. Cada apresentação é tida como um acontecimento singular. O show se dá de múltiplas formas, em constante atualização.

Batia Jello é Ialorixá, líder comunitária, feminista antiproibicionista, ativista anti-cárcere egressa do sistema prisional. Seu terreiro de candomblé está localizado na zona leste de São Paulo, no bairro Jardim São Roberto. É fundadora do coletivo Por Nós1

Betania Santos: puta, feminista, ativista, mãe, uma das principais lideranças da Associação Mulheres Guerreiras da Zona Itatinga – Campinas SP, integrante do Coletivo Puta Davida e Rede Brasileira de Prostitutas.

Carmem Silva: liderança do MSTC (Movimento Sem Teto do Centro), Conselheira Municipal e Estadual de Habitação e ativista pelo direito à cidade. Mulher preta e nordestina, é uma urbanista prática, já tendo lecionado em cursos de Arquitetura e mantendo discussões com autoridades dos setores público, privado e acadêmico. Como pensadora, é autora dos Cordéis “Terra Prometida” e “100 dias de exílio” (n-1 edições). Recebeu vários prêmios, entre eles o FNA, APCA e ARCHcine, este último como atriz por ‘Era O Hotel Cambridge’. Com o MSTC, retirou quase 3 mil pessoas de moradias precárias e debaixo de viadutos, promovendo inclusão social, acesso à saúde, educação e cultura.

Carú de Paula Seabra: navega pela exystêncya como feytyceyro, psicólogo, multi-artista, conjurador de ynymagynáveys e promovedor de saúde. É mestre em psicologia clínica pela PUC – SP e Coordenador do projeto Acolhe LGBT+ na instituição internacional LGBT+ All Out. Constrói sua atuação e pesquisa na encruza que se espirala, em um exercício de assegurar a não interromper fluxos que preservam uma vida digna. Atua na construção de uma clínica que preserve a dignidade e a ética, e um pacto inegociável com o cuidado em saúde mental e a garantia da autonomia sobretudo para corpos dissidentes e racializados pretos, pardos e indígenas.

Cia Teatral Ueinzz: é território cênico para quem sente vacilar o mundo. Como em Kafka, faz do enjoo em terra firme matéria de transmutação poética e política. No conjunto, há mestres na arte da vidência, com notório saber em improviso e neologismos; especialistas em enciclopédias marítimas, trapezistas frustradas, caçadores de sonhos, atrizes interpretativas. Há também inventores da pomba-gíria, incógnitas musicais, mestres cervejistas e seres nascentes. Vidas por um triz se experimentando em práticas estéticas e colaborações transatlânticas. Comunidade dos sem comunidade, para uma comunidade por vir.

Cristina Thorstenberg Ribas trabalha como artista e pesquisadora, e gosta de escrever artigos acadêmicos e prosa. Concebe projetos entre estética e política e pesquisa militante desde meados dos anos 2000. Pesquisa análise institucional e estudos da subjetividade em relação à criatividade. Mais recentemente tem se envolvido com estudos feministas. Aprende e pratica a improvisação corporal e teatral como forma de produção estética. Organiza a plataforma online Desarquivo.org. Faz parte da Red Conceptualismos del Sur, do grupo de pesquisa Epistemologias Afetivas Feministas (EAF) e da Associação I-motirõ. Doutora no Goldsmiths College University of London (2017) e pós-doutoranda no PPGAV-IA UFRGS (CAPES PNPD).

Ediyporn é uma plataforma de pornô desviante construída coletivamente por mentes e corpos inquietos. Nossa produção busca reinventar e arejar imaginários sexuais: as representações do pornô tradicional não nos satisfazem, tampouco nos representam. Trabalhamos a partir dos nossos desejos mutantes, investigando nossos corpos e tesões. Queremos mais, queremos outra lógica de criação e consumo de putaria.

Elaine Bortolanza: atua como psicóloga, pesquisadora e produtora cultural nas intersecções entre sexualidade, saúde, gênero, diversidade sexual, direitos humanos, movimentos sociais, memória e escritas de si. É mestre e doutora em psicologia clínica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e Integra a Rede Brasileira de Prostitutas. Esteve à frente da DASPU entre 2013 e 2022.

Fernanda Gomes é pós-doutoranda em filosofia contemporânea, na Universidade de São Paulo – USP. Doutora em filosofia (PUC-SP/Université Paris Nanterre) com mestrado e bacharelado na mesma área. Seus trabalhos são dedicados aos campos da ética e da filosofia política, voltados para uma reflexão acerca do presente. Filha de paraibanos, é carioca, do Complexo da Maré, onde sempre esteve envolvida na construção de movimentos, coletivos e instituições locais.

Geni Núñez é psicóloga, mestra em psicologia social, doutora nas linhas de gênero e suas inter-relações com geração, etnia e classe. É ativista no movimento indígena, anticolonial e LGBTQIA+. Mantém o perfil @genipapos no Instagram.

Javiera Manzi: Socióloga pela Universidade do Chile, pesquisadora, professora e arquivista. Especialista em pesquisas sobre questões que cruzam arte, gênero, políticas de memória, arquivos e processos culturais. Coautora do livro Resistencia gráfica a la dictadura en Chile e Tallersol (LOM, 2016). É Coordenadora da Red Conceptualismos del Sur e porta-voz da Coordinadora Feminista do 8M2.

Joviano Mayer: arte-educador, advogado popular, mestre e doutor em arquitetura e urbanismo pela UFMG. Tem experiência na área de Direito, com ênfase em Direito Urbanístico, atuando principalmente nos seguintes temas: conflitos fundiários, reforma urbana, direito à cidade e planejamento urbano.

Larissa Drigo Agostinho é analista, tradutora e professora, doutora em Letras pela Universidade de Paris IV tem pós-doutorado (FAPESP) pela Universidade de São Paulo com estágio em Paris I onde pesquisou a política na obra conjunta de Deleuze e Guattari.

Márcia D´Oxum é Ialorixá, líder comunitária, cofundadora do coletivo Por Nós (rede de mulheres ativistas anti-cárcere) e do coletivo Afrikerança3.

Nego Bispo: quilombola piauiense, integrante da rede de mestres e docentes da Universidade de Brasília (UnB), é lavrador, formado por mestras e mestres de ofícios, morador do Quilombo Saco-Curtume, localizado no município de São João do Piauí. Ativista político e militante de grande expressão no movimento social quilombola e nos movimentos de luta pela terra, atua na Coordenação Estadual das Comunidades Quilombolas do Piauí (CECOQ/PI) e na Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (CONAQ). Autor de dois livros que estão no prelo, por diferentes editoras.

Patricio Azocar Donoso: pesquisador, professor e ativista. Professor de Filosofia (UMCE), Mestre em Estudos de Gênero e Cultura (Uchile). Membro do Laboratorio Transdisciplinar en Prácticas Sociales y Subjetividad – LAPSOS da Universidade do Chile. Professor do Programa de políticas de inclusão-exclusão educacional do departamento. de Filosofia da UMCE. Professor de Ética e Filosofia no Departamento de Psicologia da Ohio State University. Professor de Epistemologia e Ética do Serviço Social no Instituto Profissional do Chile. Pesquisador do Grupo de Estudos Experimentais Paul K. Feyerabend e do Coletivo Vitrina Dystópica4.

Paula Cobo-Guevara é doutora em psicologia clínica pelo Núcleo de estudos da subjetividade, PUC–SP. Mestre em teoria crítica e estética (California Institute of the Arts) e Mestre em clínica psicanalítica (IPSI, Barcelona). Trabalha em distintos contextos e línguas, nos campos da escuta clínica, e processos transversais entre as artes, política, clínica e processos coletivos. Tem sido ativista pelo movimento Right to the City e Freedom of Movement.

Peter Pál Pelbart é professor no Departamento de Filosofia e no Núcleo de Estudos da Subjetividade do Programa de Pós-Graduação em Psicologia Clinica da PUC-SP. Estudioso da obra de Gilles Deleuze, traduziu para o português os livros Conversações, Critica e clínica e parte de Mil Platôs. É autor de numerosos livros e ensaios no campo da filosofia contemporânea, entre eles O avesso do niilismo: Cartografias do esgotamento e Ensaios do assombro ambos publicados pela n-1 Edições, da qual é co-editor.

Sidney Nogueira é Babalorixá do candomblé, doutor em semiótica pela USP, ativista e escritor. Atualmente é Coordenador e Professor do Instituto Ilê Ará SP – Instituto Livre de Estudos Avançados em Religiões Afro-brasileiras e do Projeto CONVERSA DE TERREIRO – Jornada de Diálogos, Estudos, Dinâmicas e Sistematização de Conhecimentos Ancestrais da África Negra – Projeto para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial. É autor dos livros “Coisas do Povo do Santo” publicado pela SRS Editora, em 2011 e “O que é Intolerância Religiosa” publicado na Coleção Feminismos Plurais, da Editora Jandaíra, em 2019.

Suely Rolnik: é psicanalista, ensaísta e Professora Titular da PUC-SP. Seu trabalho – cujo foco é a descolonização do inconsciente, teórica e pragmaticamente, a partir de uma perspectiva clínico-política e transdisciplinar – participa da construção coletiva, local e internacional, face aos impasses do presente, por meio de encontros, seminários, conferências, debates, oficinas, filmes, exposições e publicações. Seus livros mais recentes são Antropofagia Zumbi (N-1, 2021) e Esferas da insurreição. Notas para uma vida não cafetinada (N-1, 2018), que será lançado no evento em nova edição revisada. Coautora com Félix Guattari de Micropolítica. cartografias do desejo (Vozes, 1986), que terá sua reedição brasileira, revisada e acrescida de um posfácio, lançada durante o evento pela n-1.

Teatro Oficina e Universidade Antropófaga:  é a maior e mais longeva companhia de teatro em atividade permanente do Brasil. Fundada em 1958 como Companhia Teatro Oficina, que veio a formar a atual Associação Teatro Oficina Uzyna Uzona. A Universidade Antropófaga é um projeto da associação dirigido por José Celso Martinez Corrêa que recebe jovens de várias partes do país para a prática da transmissão de conhecimento do teatro.

Veridiana Zurita é artista visual, pesquisadora, documentarista, performer e ensaísta. Graduada em Comunicações das Artes do Corpo pela PUC/SP (2005), mestra em artes plásticas (fine arts) pelo Dutch Art Institute DAI – Holanda (2010), pós-graduada em Pesqusia Artística (artistic research) pelo a.pass – Advanced Performance Training and Scenography (2012), diploma superior em “Tecnology, Subjectivity and Politics pela Clacso – Conselho de Ciências Sociais Latinoamericano (2021. Produz o canal SAIFETICHE (Youtube), é autora na plataforma de jornalismo Outras Palavras e compõe o coletivo Technoantivigilantismo.

  1. Equipe do projeto

Concepção: O evento foi delineado de forma coletiva por um grupo de pesquisadores, ativistas e artistas reunidos pelo filósofo Peter Pál Pelbart. O coletivo é formado por Ana Luiza Braga, Anderson Santos, Cacá Mousinho, Cristina T. Ribas, Felipe Shimabukuro, Fernanda Gomes, Karlla Girotto, Kwame Yonatan Poli dos Santos, Larissa Drigo, Maria Eduarda Checa, Paula Cobo Guevara, Rafael Ferro e Rafael Matede.

Atribuições específicas:

Coordenação geral: Peter Pál Pelbart

Coordenação executiva: Fernanda Gomes

Produção: Cacá Mousinho e Rafa Ferro

  1. Organização proponente

Associação i-motirõ imotiro.org

Novo Mutirão Aproximando Teorias e Práticas das Culturas Analógicas e Digitais 

CNPJ 10.881.452/0001-83

Somos um coletivo de pesquisadoras, educadoras, ativistas, gestoras e artistas que trabalham com produção de conhecimento interdisciplinar, atuando em projetos pedagógico-educativos e gerando ferramentas de compartilhamento e difusão de saberes e práticas. Nossas ações fortalecem processos que gerem autonomia, envolvimento local, conservação da biodiversidade e das identidades culturais. Nossa história está tramada com a criação de redes autônomas de produção e intercâmbio de conhecimento e tecnologia. Atuamos por uma ética de conhecimentos e ferramentas livres, que podem ser replicados e atualizados em contextos situados. 

Há 10 anos a associação imotirõ acompanha o frágil cenário político brasileiro na sua transição entre uma utopia tecno-ciente referente a um fazer digital próprio e colaborativo, e o consequente desmantelamento dessas práticas, políticas e imaginários em uma distopia cada vez mais proprietária e extrativista. O desmonte da esfera pública e de diversos direitos atrelados aos saberes situados e tecnologias livres não encerra o nosso fazer resistente e desobediente. Pelo contrário, nos impele a nos reposicionarmos como protagonistas de nossa própria história, permanentemente re-criando nossos fazeres estético-políticos.

  1. Público alvo

Moradores e frequentadores da Ocupação 9 de julho, público do Centro de Pesquisa e Formação do Sesc-SP, coletivos e movimentos sociais, pesquisadores, artistas, grupos organizados, ativistas independentes e demais interessados no legado de Félix Guattari.

  1. Etapas de trabalho

Etapas

Atividades

Meses

Pré-produção

Reuniões preparatórias quinzenais

janeiro a outubro

Identificação de convidados

março

Elaboração do projeto e captação de recursos

abril a agosto

Preparação do conteúdo e metodologia

julho a setembro

Formalização de convites

setembro

Produção

Preparação das peças gráficas e conteúdos de divulgação

setembro e outubro

Reuniões preparatórias com movimentos e coletivos

setembro e outubro

Divulgação

outubro e novembro

Realização do curso sobre o legado de Guattari no Centro de Pesquisa e Formação do Sesc-SP

outubro

Preparação do espaço e da infraestrutura

novembro

Realização do evento

novembro

Pós-produção

Finalização de pagamentos e contratações e prestação de contas

dezembro

12. Orçamento (planilha em anexo)

13. Plano de divulgação e comunicação

Peça de Divulgação/Veículo

Especificação

Quantidade

Site do evento

Criação e manutenção de site gratuito

1

Cartazes – Lambe Lambe

A3 – papel 150g P&B

200

Camisetas

100% Algodão Frente e Verso Impressão: Policromia

100

Mídias digitais (Instagram e facebook)

Divulgação da programação do evento

14. Contrapartida

A menção ao Sesc estará presente no plano de divulgação e comunicação do evento que será direcionado à imprensa e aos públicos diversos. Será mencionada ainda em todas as entrevistas para divulgação do evento concedida pelos seus realizadores e participantes. A logomarca do Sesc também será inserida em todo o material de divulgação: peças gráficas, releases de imprensa, peças de comunicação para mídias digitais, sites, dentre outras possibilidades, seguindo as especificações do manual de assinaturas fornecido.

1 O Coletivo Por nós é uma rede de mulheres ativistas anti-cárcere que acolhe e presta assistência às mulheres egressas do sistema prisional, integrante da Renfa: Rede Nacional de Feministas Antiproibicionistas.

2 A Coordinadora Feminista 8M (CF8M) é um espaço que articula, a partir de um horizonte feminista, múltiplas e diversas organizações sociais, políticas e individuais. O coletivo busca fazer do feminismo uma perspectiva política transversal para os movimentos sociais, promover o encontro, o diálogo e a ação coletiva entre diferentes organizações e propor uma agenda comum de mobilizações contra a precariedade da vida. http://cf8m.cl/

3 O coletivo Afrikerança é uma organização que reúne as matriarcas do Candomblé, as Iyalorisás, para repensarem um novo modelo de sociedade com base na sororidade, na solidariedade e nos saberes ancestrais dos mundos do axé.

4 O Colectivo Vitrina Dystópica O Coletivo Vitrina Dystópica é uma plataforma de rádio de reflexão e comunicação política que há sete anos forma alianças com diferentes organizações sociais e territórios sob o formato de programas de rádio, intervenções públicas e jornadas abertas de discussão. Desde 2022, juntamente com outros coletivos, participantes ativos antes, durante e após as mobilizações sociais do dia 18 de outubro, iniciaram o processo de um espaço de produção de conhecimento e pesquisa denominado Espacio Tierra/Territórios de Pesquisa Experimental, Rítmica e Artística . O Espacio Tierra pretende criar um ambiente de experimentação que permita a sustentabilidade de grupos sociais e políticos associados através da partilha de saberes e experiências, da produção situada de saberes. No processo constituinte, busca afirmar o desafio de reinventar alianças entre práticas autônomas e instituições sociais de gestão local e territorial https://dystopica.org/